
O gênero de terror tem a capacidade única de nos prender, provocar calafrios e, ao mesmo tempo, nos deixar ansiosos por mais. Em 1996, “Pânico” (ou “Scream“, no título original) chegou aos cinemas e mudou completamente a maneira como os filmes de terror eram percebidos. Escrito por Kevin Williamson e dirigido pelo lendário Wes Craven, este clássico do subgênero slasher trouxe uma mistura ousada de suspense, humor e metalinguagem que conquistou audiências ao redor do mundo. Mas o que torna “Pânico” tão especial e atemporal? Vamos mergulhar em sua trama intrigante, suas referências culturais e seu impacto no cinema.
Uma Trama Que Nos Mantém na Ponta da Poltrona

“Pânico” apresenta Sidney Prescott (interpretada brilhantemente por Neve Campbell), uma estudante do ensino médio que vive na pacata cidade fictícia de Woodsboro, Califórnia. A trama se inicia com a icônica cena de abertura, onde Casey Becker (Drew Barrymore) é brutalmente assassinada após uma ligação telefônica aterrorizante de um estranho mascarado conhecido como Ghostface.
Este momento inicial não apenas estabelece o tom do filme, mas também faz algo que poucos filmes do gênero ousaram fazer: matar uma das atrizes mais conhecidas do elenco nos primeiros minutos. Essa decisão surpreendente desafiou as expectativas do público e definiu a narrativa como imprevisível.
Uma das maiores forças de “Pânico” é sua capacidade de brincar com clichês dos filmes de terror. Diálogos entre os personagens frequentemente citam clássicos como “Halloween” (1978), “A Hora do Pesadelo” (1984) e “Sexta-Feira 13” (1980), criando um senso de autoconsciência raramente visto no gênero até então. Por exemplo, Randy Meeks (Jamie Kennedy), o expert em filmes de terror do grupo, explica as “regras” para sobreviver a um slasher: nunca fazer sexo, nunca usar drogas e nunca dizer “eu já volto“. Essa metalinguagem não apenas provoca risos, mas também convida o espectador a refletir sobre os clichês que tanto amamos.
Além disso, a trama foi parcialmente inspirada pelo caso real de Gainesville Ripper, um assassino que aterrorizou a Flórida no final dos anos 80. Essa conexão com eventos do mundo real adiciona uma camada extra de horror ao filme, fazendo-nos questionar até onde a ficção pode se entrelaçar com a realidade.
Ghostface: O Assassino Que Se Tornou Um Ícone

O design de Ghostface, com sua máscara alongada e semblante de grito aterrorizado, rapidamente se tornou uma imagem icônica no gênero de terror. Diferentemente de outros vilões slasher como Jason Voorhees ou Michael Myers, Ghostface não é sobrenatural. Ele é humano, vulnerável e, muitas vezes, desajeitado. Essa característica traz um senso de realismo único, tornando as cenas de perseguição ainda mais tensas.
Mais importante ainda, a identidade do assassino é sempre um mistério até o fim. Em “Pânico“, descobrimos que não há apenas um assassino, mas dois: Billy Loomis (Skeet Ulrich) e Stu Macher (Matthew Lillard). Essa reviravolta não apenas chocou os espectadores, mas também abriu caminho para narrativas mais complexas em futuros filmes do gênero.
Na década de 1990, o gênero de terror estava em declínio, com muitos filmes se tornando previsíveis ou repetitivos. “Pânico” veio para revitalizar o gênero, atraindo uma nova geração de espectadores e dando origem a um renascimento dos filmes de terror adolescentes. Produções como “Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado” e “Lenda Urbana” devem muito ao sucesso de “Pânico“.
Outro aspecto significativo é a trilha sonora composta por Marco Beltrami, que trouxe uma atmosfera tensa e ao mesmo tempo moderna ao filme. Suas partituras foram amplamente aclamadas e contribuíram para o clima envolvente da narrativa.
O Poder do Boca a Boca

Apesar de um desempenho inicial discreto nas bilheterias, “Pânico” rapidamente ganhou popularidade grácias ao boca a boca positivo. Em sua segunda semana de lançamento, os ingressos vendidos dispararam, consolidando o filme como um sucesso comercial. No final de sua exibição nos cinemas, havia arrecadado impressionantes 173 milhões de dólares em todo o mundo.
Esse crescimento exponencial é um testemunho do impacto do filme sobre o público. A mistura de sustos inteligentes, humor e um roteiro bem construído garantiu que “Pânico” permanecesse relevante, mesmo anos após seu lançamento.
“Pânico” é um marco cultural que redefiniu o gênero de terror para uma nova geração. Com uma narrativa inovadora, personagens memoráveis e uma direção magistral de Wes Craven, o filme permanece tão impactante hoje quanto era em 1996.
Mais do que um simples slasher, é uma celebração do gênero de terror, com suas qualidades e falhas. Para os fãs do gênero ou para aqueles que desejam entender por que ele é tão amado, este clássico é um ponto de partida essencial. Assim, o legado de “Pânico” permanece vivo, inspirando novas gerações de criadores e espectadores.
Fonte: Wiki
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