
Se você achava que os terrores de Vardoran já haviam atingido seu auge, o Ato 4 de V Rising vem para provar o contrário. Conforme o jogador se aprofunda nas regiões sombrias e amaldiçoadas de Gloomrot e Oakveil, figuras perturbadoras e carregadas de história aguardam para testar não apenas suas habilidades, mas também sua coragem. Este artigo revela as personalidades mais marcantes desta fase, destacando tanto os perigos que oferecem quanto as referências ocultas que muitos jogadores sequer percebem. Por isso, se você deseja compreender quem são essas criaturas e o impacto de cada uma no universo do jogo, continue comigo. A atmosfera sombria dessas batalhas merece sua atenção.
Henry Blackbrew, o Doutor: A Queda de um Salvador da Humanidade

No passado, Henry Blackbrew foi aclamado como o último baluarte contra a ameaça de Drácula. No entanto, como acontece frequentemente em cenários de horror gótico, heróis visionários são tragados pela própria obsessão. Quando a Igreja da Luminância ganhou poder e trouxe a promessa de purificação pela luz, o Doutor Henry rapidamente passou de salvador a herege. Ainda assim, ao invés de se render, ele decidiu levar seus conhecimentos proibidos para o remoto Gloomrot North. Lá, fundou os Laboratórios Trancendum, onde permaneceu desafiando as regras naturais por mais de 800 anos, utilizando um recurso conhecido como “Tipo Sanguíneo E” para manter sua juventude.
Em combate, Henry utiliza ataques elétricos altamente letais. Lasers cortam a sala em diversas direções, enquanto orbes elétricas te perseguem sem trégua. Quando ele grita “Tente agora!”, é o sinal de um contra-ataque devastador. Além disso, durante a luta, a arena se torna um verdadeiro labirinto de raios e paredes de eletricidade que exigem o uso inteligente da habilidade de Disparar. A complexidade de seu ataque final, envolvendo pulsos de energia que empurram o jogador contra os limites do ambiente, cria uma batalha tensa e imprevisível.
Derrotá-lo não apenas concede feitiços de Ponto de Magia Nível 3, mas também acesso a estruturas valiosas como o Ateneu e o Motor de Redistribuição. Vale destacar que a história de Henry ecoa a de cientistas amaldiçoados clássicos da ficção, como Victor Frankenstein e Jekyll, reforçando o tom sombrio de V Rising.
As Lâminas Venenosas e Seus Servos Devotados

No território de Oakveil, as Lâminas Venenosas — uma seita cruel liderada pela bruxa Mégara — dominam com mãos impiedosas. Entre os capangas mais notórios desse culto, três nomes se destacam: Jakira, Stavros e Lucile. Cada um carrega consigo não apenas habilidades brutais, mas também fragmentos de uma história de fanatismo e adoração insana.
Jakira, a Caçadora de Sombras, foi inicialmente uma guerreira que defendeu suas terras contra as forças invasoras. Contudo, com o passar do tempo, ela se uniu aos mais fortes e adotou a fé distorcida das Lâminas Venenosas. Curiosamente, Jakira sempre anuncia sua presença antes de atacar, o que faz dela uma assassina curiosamente honrada, embora mortal. Seus poderes incluem feitiços de Ponto de Magia Nível 2, além do Slot Passivo e da receita para o Elixir da Distorção.
Para quem jogou Battlerite, da mesma desenvolvedora, é impossível não notar a semelhança entre Jakira e a personagem Jamilla. Ambas utilizam lâminas duplas e técnicas rápidas, reforçando o cuidado da Stunlock Studios em criar conexões sutis entre seus jogos.

Enquanto Jakira caça, Stavros, o Escultor, atua nas sombras das florestas, extraindo seiva venenosa de árvores amaldiçoadas. Esse personagem representa a sede insaciável das Lâminas Venenosas pela destruição e corrupção. Sua arena possui nuvens tóxicas dinâmicas, aumentando a complexidade do confronto, especialmente durante o dia, quando a visibilidade diminui.
Além de seus ataques baseados em caos e vazio, Stavros recompensa o jogador com itens essenciais para aprimorar armas e construir a Serraria Avançada. A referência que Stavros carrega é direta aos clássicos vilões que combinam adoração fanática e sadismo, criando uma personalidade onde devoção e perversidade se confundem.

Por último, mas não menos insana, está Lucile, a Alquimista do Veneno. Com uma constituição absurdamente resistente e uma obsessão doentia por criar a infusão venenosa perfeita, Lucile é a representação viva da loucura científica. Em combate, ela lança poções imprevisíveis que podem tanto ajudar quanto destruir. Uma curiosidade interessante é que Lucile bebe essas poções durante a luta, podendo ganhar efeitos como invulnerabilidade ou cura instantânea.
Uma mecânica marcante dessa batalha são as prateleiras recheadas de poções ao redor do laboratório. Ao destruí-las, o jogador pode utilizar seus efeitos para inverter as vantagens de Lucile. Por exemplo, o Elixir da Beleza transforma inimigos em ovelhas, enquanto o Fogo Líquido incendeia a área, permitindo neutralizar os Golems Dourados que aparecem durante a luta. Essa dinâmica proporciona um dos combates mais criativos do Ato 4.
Quando o Terror Tem Nome e História
O que torna esses bosses tão impactantes é o cuidado com suas origens e as sutis homenagens a obras de horror e fantasia. Assim como Henry ecoa os cientistas malditos do terror gótico, Jakira, Stavros e Lucile remetem a arquétipos que atravessam desde contos folclóricos até jogos modernos. É visível que V Rising não se contenta em criar inimigos fortes; ele constrói personalidades, motivações e legados.
Ademais, os detalhes nas falas e anotações espalhadas pelo mundo contribuem para reforçar a ambientação macabra. As citações de Henry durante a batalha, como “Eu arrancarei o raio do próprio céu!” revelam sua obstinação, enquanto as notas de Callista Alchemica revelam o nascimento de um monstro cuja ambição custou-lhe a alma.
Outro aspecto interessante é a maneira como o jogo amarra suas mecânicas de combate à narrativa. Por exemplo, as paredes elétricas que se fecham sobre o jogador no confronto contra Henry refletem o isolamento e a loucura do personagem. Já as poções aleatórias de Lucile traduzem sua personalidade volátil e imprevisível. Esse cuidado nos mínimos detalhes faz com que cada luta conte mais do que uma simples disputa por poder.
O Ato 4 de V Rising consegue reunir elementos clássicos de terror gótico, horror sobrenatural e ação sangrenta em combates intensos e atmosferas sufocantes. Cada boss, além de apresentar desafios mecânicos distintos, carrega consigo histórias trágicas e perturbadoras que se entrelaçam com a ambientação sombria de Vardoran. Seja através da ciência profana de Henry Blackbrew ou da loucura venenosa de Lucile, o jogo reafirma seu compromisso em criar vilões que assustam tanto pelo poder quanto pelo passado.
Portanto, para quem aprecia um bom enredo carregado de horror e vilania bem construída, esses bosses representam o ápice narrativo e visual do Ato 4. Se há algo que V Rising prova com esses confrontos é que, muitas vezes, o verdadeiro terror não está apenas nas garras ou lâminas, mas nas histórias que esses monstros carregam em silêncio.
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