
À medida que os ventos sombrios sopram pelas florestas corrompidas de Vardoran, a tensão atinge níveis alarmantes. O Ato 4 do jogo V Rising não apenas desafia a habilidade do jogador, mas também coloca à prova seu instinto de sobrevivência diante de oponentes que não são apenas poderosos — são verdadeiras entidades marcadas pela tragédia, obsessão e sede de domínio. Cada um desses chefes carrega um passado sangrento e uma presença que domina o campo de batalha, exigindo muito mais que força bruta.
Com o avanço para os momentos finais do Ato 4, quatro nomes se destacam por sua complexidade, agressividade e peso narrativo: Dantos, o Fundidor, Lorde Styx, o Campeão da Noite, Gorecrusher, o Behemoth Sanguinário, e General Valencia, a Depravada. Cada um oferece não apenas uma batalha intensa, mas também um pedaço do passado sombrio de Vardoran. A seguir, mergulhamos nesses confrontos que caminham para o encerramento de uma das fases mais sombrias do jogo com brutalidade e estilo.
Ferros Fundidos, Almas Corrompidas: Dantos e a Obsessão pela Forja

Dantos não é apenas um artesão — ele é um obcecado pela criação e destruição. No universo de V Rising, sua figura representa a fusão literal entre arte e guerra. Encontrado na Bastilha das Lâminas Venenosas, um dos locais mais traiçoeiros da região de Oakveil, Dantos aparece como um personagem que ultrapassa os limites da humanidade. Ao lado da bruxa Megara, uma das figuras mais influentes e maléficas do lore do jogo, ele não apenas fabricava armas — ele transformava magia corrompida em armamento de destruição.
Importante destacar que Dantos descobriu uma forma de usar o “Venom Sap”, uma substância tóxica extraída das florestas vivas, para separar e recombinar ligas mágicas. O resultado disso são armas ainda mais letais — e, consequentemente, uma ameaça considerável ao jogador. Ao derrotá-lo, é possível desbloquear feitiços como Lança de Cristal, Barreira de Gelo e Tempestade Ártica, além de conquistar a estrutura da Forja de Fusão e a receita para criar o poderoso Vidro de Brasa. Tudo isso é essencial para fortalecer seu vampiro nos estágios finais do jogo.
Além dos benefícios, lutar contra Dantos é, também, enfrentar alguém que perdeu tudo em nome da eficiência bélica. A cada golpe desferido, percebe-se que ele não luta apenas por lealdade, mas também por orgulho. Seu campo de batalha, repleto de armadilhas e vapores venenosos, força o jogador a se mover com inteligência. Ficar parado é sinônimo de morte certa.
Sede de Guerra: Lorde Styx e o Fanatismo pela Noite

Enquanto Dantos representa a lógica fria da forja, Lorde Styx simboliza a devoção cega à causa vampírica. Originalmente um comandante implacável na era de Drácula, Styx foi reanimado pelo chamado do Rei Imortal e imediatamente retomou sua posição como o Campeão da Noite da Legião de Noctum. Para quem não conhece, a Legião de Noctum é o braço mais violento do exército de Drácula, formado por vampiros fanáticos e criaturas corrompidas.
Encontrado em Dracula’s Demise, uma região devastada ao sul de Gloomrot, Styx vigia um gigantesco cristal de sangue. Seus ataques, variados e brutais, exigem domínio total dos reflexos. Ele pode se teletransportar para trás do jogador, lançar lâminas em todas as direções, invocar gárgulas e liberar um enxame de morcegos energizados. Quando sua vida cai para menos da metade, ele entra em um estado de fúria sobrenatural, escurecendo a tela e desencadeando um ataque massivo que testa a resistência e o foco de qualquer jogador.
As recompensas pela vitória são significativas: a Forma de Morcego, essencial para mobilidade no mapa, além das receitas da Lágrima de Ônix e Chave de Sangue, que abrem novos caminhos e recursos. Entretanto, o que mais marca nessa luta é a presença teatral de Styx. Suas falas em meio à batalha — como “Você se curvará ao Drácula” ou “Contemple a fúria de Noctum” — intensificam o drama do confronto e revelam o quanto ele se vê como uma extensão da vontade de Drácula.
O Monstro Dentro de Si: Gorecrusher e o Fanatismo Que Deformou a Carne

Diferente dos demais, Gorecrusher não está em um castelo, mas vaga pela Floresta Amaldiçoada, como uma besta sem rumo. Ex-membro da Legião de Noctum, ele se autodestruiu após a queda de Drácula, cortando o próprio braço em sinal de vergonha. Contudo, em vez de encontrar a morte, ele foi engolido pela corrupção da floresta, tornando-se uma criatura desfigurada, mais monstro que homem. O que torna esse chefe especialmente interessante é sua ligação simbólica com a culpa, fanatismo e ruína — temas centrais em muitos contos de terror.
A luta contra ele é extensa e marcada por várias fases. Ele pode saltar grandes distâncias, bater no chão e lançar ondas de choque, realizar combos de investida e, em certo momento, dividir sua essência para criar um clone ilusório com metade de sua força. Essa versão ilusória compartilha ataques com ele, criando momentos de caos absoluto em que o jogador precisa lidar com dois Gorecrushers ao mesmo tempo. Além disso, com 70% de vida, ele invoca animais ilusórios e distorce a visão da tela — algo que afeta diretamente a percepção do jogador.
Ao derrotá-lo, é possível desbloquear feitiços como Guardião Espectral e Dança do Wisp, além de aprender a produzir Couro de Morcego e Bolsas especiais — itens valiosos para a progressão. Porém, mais que recompensas, o que fica é o impacto emocional: Gorecrusher não é um vilão tradicional, mas um reflexo distorcido de um devoto sem causa, consumido pela dor e pela corrupção.
Ambição sem Limites: General Valencia e a Fúria das Lâminas

Por fim, encontramos Valencia, talvez a mais refinada — e ao mesmo tempo mais cruel — dos bosses finais. Antes da ascensão de Drácula, ela era uma baronesa humana, nobre e imoral, que viu no vampirismo a chance de ultrapassar os limites impostos pela fragilidade humana. Impressionado por sua ausência total de escrúpulos, Drácula a transformou e a promoveu a general de sua legião. Hoje, ela comanda as Ruínas da Fortaleza Norte, com um ar de arrogância e frieza que se refletem em seus ataques cirúrgicos.
Sua batalha começa com o ataque “Mil Lanças”, um bombardeio impiedoso que pressiona o jogador desde o primeiro segundo. Com o passar do combate, ela invoca a Dama de Ferro Sangrenta, uma armadilha que consome a reserva de sangue do jogador — algo crucial em V Rising, já que o sangue é fonte de cura e poder. Durante esse processo, Valencia tenta chutar o jogador em direção à armadilha, criando uma mecânica onde o posicionamento e a atenção constante são vitais para a sobrevivência.
Derrotá-la concede acesso a recursos como Trama de Sombras, Joias de Nível 4 e decorações temáticas que podem ser usadas no castelo do jogador. Contudo, além do saque, Valencia representa um tipo de mal diferente: ela não está quebrada ou corrompida — ela é plenamente consciente de suas escolhas. Isso a torna ainda mais perigosa, pois sua crueldade é racional. Ao contrário dos outros bosses, ela não luta por vingança ou fé, mas por prazer e poder.
Com esses quatro chefes, o Ato 4 de V Rising atinge um clímax brutal e memorável. Cada confronto oferece mais do que dificuldade: ele entrega um pedaço da mitologia sombria do jogo, misturando elementos clássicos do horror — como monstros deformados, cultos de sangue e castelos amaldiçoados — com uma jogabilidade que exige precisão, estratégia e resistência. Mesmo para quem nunca jogou, é impossível ignorar o quanto essas figuras carregam elementos familiares ao gênero do terror: o cientista louco, o soldado fanático, o nobre corrompido e o general cruel.
Ao compreender as histórias por trás desses bosses, o jogador mergulha em um universo onde a violência tem propósito e a dor deixa cicatrizes. Para os leitores do Stay Alive, vale lembrar: em V Rising, as batalhas são tão intensas quanto os medos que habitam nossas histórias favoritas. E à medida que o Ato 4 se aproxima do fim, a pergunta que resta é simples: até onde você está disposto a ir por poder?
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