
Em meio à escuridão que envolve Vardoran, os conflitos entre facções vão muito além de simples disputas por território. Elas representam ideologias, crenças e forças ancestrais que se enfrentam incessantemente. Em V Rising, o universo não gira apenas ao redor de vampiros, caçadores e criaturas noturnas. Por trás de cada ruína esquecida ou cidade em chamas, existem facções organizadas que influenciam diretamente o equilíbrio do mundo. Hoje, vamos nos aprofundar em duas dessas forças poderosas: o enigmático Culto dos Amaldiçoados e a autoritária Igreja da Luminância.
A primeira vista, ambos os grupos parecem habitar extremos distintos da moralidade. Enquanto o culto caminha lado a lado com a morte e a corrupção, a igreja prega luz e redenção. No entanto, à medida que se observa suas ações, torna-se difícil definir quem realmente está do lado da justiça. Afinal, quando o sol queima e a escuridão corrompe, onde termina o fanatismo e começa a sobrevivência? A resposta para essa pergunta pode estar nas entrelinhas — e nas intenções — de cada uma dessas facções.
Ambos os grupos têm papel central no desenvolvimento de eventos importantes em V Rising. Seus integrantes, armados com ideologias rígidas, desafiam tanto os jogadores quanto a ordem natural de Vardoran. A seguir, você vai entender melhor por que essas facções não apenas existem, mas moldam o destino do mundo de forma alarmante e, ao mesmo tempo, fascinante.
O Culto dos Amaldiçoados

Sussurros sobre o Culto dos Amaldiçoados ecoam entre os mortos que vagam pelas terras esquecidas de Vardoran. Embora pouco se fale diretamente sobre eles, suas ações falam alto o suficiente para despertar medo e repulsa. Formado por necromantes e praticantes das artes proibidas, esse culto parece manter uma ligação direta com a decadência que assola certas regiões do mapa. Sua presença não é anunciada com bandeiras, mas com maldições e com a morte que emana das ruínas.
Uma de suas interferências mais notáveis ocorre nas Terras Agrícolas de Dunley, onde a antiga Mina de Ferro tornou-se um reduto de aberrações. A corrupção que toma conta do local não é fruto de um acidente natural, mas sim resultado direto da atuação do culto. Segundo Bane, o Lâmina das Sombras, um Portador de Sangue V, foram os necromantes que mergulharam a mina em trevas, transformando o que antes era uma fonte de riqueza em um antro de horror.
Os membros do culto possuem domínio sobre forças necromânticas que lhes permitem manipular os mortos. Com isso, eles estabelecem conexões com hordas de zumbis, esqueletos e entidades que desafiam as leis da vida. Esses lacaios não apenas guardam seus territórios, como espalham a influência do culto para além das fronteiras visíveis. A corrupção é seu maior instrumento de poder, e ela se alastra como um veneno silencioso.
Mas quem são esses necromantes? Embora poucos nomes sejam revelados, seu modus operandi indica uma seita altamente hierarquizada e motivada por propósitos obscuros. Eles não buscam a dominação comum — desejam alterar a própria estrutura da realidade. Para eles, a morte não é um fim, mas sim um estado de transição que pode ser moldado e utilizado conforme sua vontade. Cada ação parece guiada por crenças antigas e um desejo perverso de remodelar Vardoran ao gosto dos mortos.
Ao se aproximar de áreas sob sua influência, é impossível não notar os sinais. A terra parece apodrecer sob os pés. O ar se torna pesado. As criaturas perdem o brilho da vida, mesmo quando ainda respiram. Esses detalhes constroem um ambiente de tensão constante, onde o jogador entende que está pisando em solo profanado. E, ainda assim, esse é apenas um reflexo da verdadeira ameaça: o próprio culto, oculto nas sombras e sempre pronto para ressurgir.
Igreja da Luminância

Em contrapartida, temos a onipresente Igreja da Luminância, uma organização que se apresenta como bastião da ordem e da redenção. Após a queda de Drácula, os humanos encontraram na luz sagrada uma ferramenta poderosa para se protegerem das criaturas da noite. A igreja, então, emergiu como símbolo de esperança e resistência. No entanto, por trás dessa fachada, esconde-se um império que governa com mãos de ferro e intenções duvidosas.
Atualmente, a igreja detém domínio direto sobre as Colinas da Luz Prateada, uma das regiões mais bem organizadas e militarizadas de Vardoran. Lá, soldados e clérigos mantêm a ordem com disciplina absoluta. Porém, sua influência vai além dessa área. Nas Terras Agrícolas de Dunley, por exemplo, a igreja colabora com a milícia local, estendendo seu controle por meio de alianças e doutrinas. O que começou como uma resposta ao terror dos vampiros transformou-se em um regime autoritário travestido de santidade.
Os fiéis da igreja não combatem apenas com espadas. Armados com artefatos sagrados, eles utilizam feitiços de luz que ferem profundamente as criaturas da escuridão. Esses poderes, embora eficazes, têm origem em fontes que poucos compreendem completamente. A luz que eles evocam não apenas ilumina — ela queima, purifica e destrói com a mesma intensidade. Em muitos casos, a punição substitui a compaixão, e a intolerância ocupa o lugar da justiça.
É comum ver templos, altares e símbolos sagrados espalhados por todo o território sob domínio da igreja. Esses locais servem tanto como centros espirituais quanto como bases de vigilância. Os sacerdotes, por sua vez, lideram pregações que alimentam o medo e promovem a devoção cega. Para os líderes da igreja, o mundo precisa ser purificado, mesmo que isso custe a liberdade ou a vida daqueles que discordam de sua doutrina.
Embora a igreja prometa proteção e ordem, suas ações revelam uma estrutura de poder rígida, onde qualquer ameaça à autoridade é tratada com violência. Para os vampiros, essa facção representa um dos maiores perigos, pois sua luz é mais do que um obstáculo — é uma sentença. No entanto, o que realmente preocupa é o quanto essa luz pode cegar os próprios humanos, tornando-os cúmplices de um sistema tão cruel quanto aqueles que um dia combateram.
Ao analisar essas duas facções, fica evidente que o conflito em Vardoran vai muito além de lutas físicas. Tanto o Culto dos Amaldiçoados quanto a Igreja da Luminância representam extremos ideológicos que, de formas distintas, ameaçam a liberdade e a estabilidade do mundo. De um lado, temos necromantes decididos a subverter a vida; do outro, uma ordem sagrada disposta a aniquilar tudo aquilo que considera impuro.
É justamente nesse embate que o jogador encontra parte do fascínio de V Rising. Não há espaço para inocência. Cada passo em direção a um desses grupos exige decisões complexas e uma constante vigilância sobre quem realmente está no controle. Nenhuma dessas facções oferece refúgio sem custo, e qualquer aliança, por menor que seja, pode trazer consequências profundas.
Por fim, ao caminhar pelas ruínas infectadas ou pelos templos reluzentes, o jogador não enfrenta apenas inimigos — ele encara ideologias. A corrupção e a fé, embora opostas na superfície, podem ser igualmente destrutivas quando manipuladas por mãos ambiciosas. E, em Vardoran, é exatamente esse tipo de poder que sobrevive e prospera nas sombras… ou sob a luz.
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